Homem acusado de matar ex-companheira escondia o corpo dela desde outubro

10/01/2012 15:25

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Correio Braziliense

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Um assassinato premeditado e com requintes de crueldade. Assim, a Polícia Civil define o crime que tirou a vida da camareira Cleyjeane de Lima, 26 anos, em 29 de outubro do ano passado, em Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. O corpo da vítima só foi localizado na manhã do último domingo, depois de o acusado de ter praticado o crime, Isaque Conceição de Sousa, 29, indicar aos policiais o local onde enterrou o corpo da ex-companheira. Ontem, investigadores da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) apresentaram o criminoso, preso no último dia 5 no estado do Maranhão, e garantiram que o vigia matou por ciúmes.

De acordo com o diretor adjunto da DRS, Jonas Bessa, o crime começou a ser investigado em 7 de dezembro de 2011, quando Rosilene Mendes da Costa, 37 anos, amiga da vítima, registrou uma ocorrência do desaparecimento de Cleyjeane na 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia). “Ela (a vítima) tinha pedido demissão do trabalho para cuidar de uma das filhas, que está com câncer e mora no Maranhão com a avó. Mas como ela sumiu e não buscou nem o dinheiro da rescisão, o Isaque inventou que ela tinha ido embora para Portugal trabalhar como dançarina”, contou Rosilene Mendes à reportagem.

A colega da camareira informou ainda que o relacionamento do casal era marcado por muitas brigas. “A Cleyjeane chegou a denunciá-lo várias vezes após agressões, mas acabava retirando as queixas, justificando que gostava dele”, completou Rosilene. A vítima e o acusado, de acordo com a polícia, moraram juntos em Samambaia entre 2006 e 2010. “Ficaram separados por um tempo e reataram o relacionamento em junho de 2011, mas os dois não moravam mais na mesma casa. A camareira visitava o companheiro em Planaltina de Goiás nos fins de semana”, disse o delegado cartorário da DRS, Paulo Renato Fayão.

Condomínio popular
E foi durante um desses encontros que Isaque teria assassinado a companheira. O homicídio ocorreu na Vila Mutirão, Setor Aeroporto, onde o acusado trabalhava como vigia em um condomínio de casas populares em construção. No dia seguinte ao assassinato, ele fugiu para o Maranhão e só foi localizado na quarta-feira passada na cidade de Paulo Ramos (MA). De acordo com o diretor Jonas Bessa, o acusado teria planejado o assassinato. “O condomínio em que ele morava é desabitado. Não teria ninguém para ouvir o que estava acontecendo. O Isaque agrediu a ex-companheira com um chute e três pauladas na cabeça. Ao notar que Cleyjeane estava morta, ele tentou se livrar do corpo e o enterrou perto da casa onde ele trabalhava, depois queimou um colchão em que ela estava e os pertences dela”, detalhou Bessa.

Também de acordo com Jonas Bessa, após o desaparecimento da vítima, Isaque comentava com conhecidos que Cleyjeane teve o que mereceu e que tinha ido para o inferno. O comportamento do acusado assustou colegas que trabalharam com ele. “Ele demonstrava ser boa gente, mas eu sempre o ouvia brigando pelo telefone com a ex-mulher”, disse Lauro Matos de Oliveira, 26 anos, servente de pedreiro.

Cleyjeane deixou dois filhos, que têm 5 e 7 anos e moram no Maranhão com a avó. As crianças são frutos de um relacionamento anterior da vítima. O vigia, que não tinha antecedentes criminais, está preso no Departamento de Polícia Especializada (DPE) e responderá por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Se condenado, Isaque Conceição poderá pegar de 12 a 33 anos de prisão.

Primeira Edição © 2011