Esposas e familiares dos militares transferidos do Presídio Militar para o Presídio Baldomero Cavalcante, se reuniram na tarde desta terça-feira (10) em frente ao Palácio República dos Palmares, no Centro de Maceió, para cobrar um encontro com o Governado Teotônio Vilela. As manifestantes levaram cartazes com frases cobrando a volta dos presos para uma unidade de detenção da própria corporação.

Uma das esposas presente na manifestação, Mariuza Apolinário da Silva, 36 anos, acredita que o governador irá recebê-las diante da gravidade da situação. “Acho o governador muito humano e ele vai nos receber”, opinou a técnica de enfermagem.

Segundo a representante dos familiares dos PM’s, Lea Cunha, de 30 anos, que é esposa de um dos militares, não foi possível um encontro com o governador, já que sua agenda está tumultuada. “Fui recebida pela assessoria do governador no gabinete do palácio e me garantiram que será agendado um encontro com Teotônio ainda estava semana”, esclareceu.

Lea disse ao Primeira Edição que os policiais se revoltaram depois que esposas e familiares tiveram que passar por uma revista íntima antes das visitas. Eles fizeram um acordo com a direção do presídio exigindo o fim das revistas, evitando constrangimentos. O acordo foi firmado e as mulheres não passam mais por revistas íntimas.

Lourdes Gomes, de 44 anos, disse que ainda está em choque com a transferência, já que é inquestionável a postura do estado durante esse episódio. “Peço que alguém faça alguma coisa, que o estado interfira nessa decisão. Minha família está sofrendo muito”, disse a irmã do sargento Valdir Gomes, 50 anos, um dos transferidos.

Estiveram presentes no protesto a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar (ASC/AL) e Associação dos Sub-tenentes e Sargentos de Alagoas (ASSMAL) em solidariedade aos familiares. “Qualquer militar sub judice precisa ser reservado. Eles deveriam permanecer no Batalhão”, afirmou o cabo Rogers Tenório da ASC/AL.

Ainda segundo Tenório, os militares estão em uma situação de risco e a transferência para os Sistema Prisional é ilegal. “Sabemos que a justiça é cega. A lei é clara. Queremos que se cumpra à lei 5.346 do estatuto militar. Não vamos parar de nos manifestar até que todos eles [militares] estejam em uma esfera militar”, disse complementado que o estado é responsável pelos PM’s.

 A transferência

Foram transferidos 18 militares, que estavam cumprindo pena no Quartel Geral da Polícia Militar de Alagoas (PMAL), 19 de dezembro do ano passado, para o Sistema Prisional, do Tabuleiro dos Martins.

A determinação partiu do comando Geral da PMAL, coronel Luciano Silva. Os presos realizaram exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) antes de serem levados do Quartel Geral para o Sistema Prisional.

Supervisão: Thayanne Magalhães