Esposas de militares se reúnem com Ministério Público Estadual

Mulheres de presos querem que militares fiquem em batalhões ou na Academia

03/01/2012 05:10

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Redação

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Esposas e irmãs dos 20 militares que estão custodiados no Presídio Baldomero Cavalcanti desde o dia 19 de dezembro estiveram reunidas nesta segunda-feira (02) com a promotora e coordenadora do Núcleo de defesa de Direitos Humanos, Marluce Falcão. Elas buscam o apoio do Ministério Público Estadual para resolver o impasse. Além das esposas, participaram da reunião o vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados em Alagoas (ACS/AL), cabo BM Rogers Tenório e o presidente da Associação de Subtenentes e Sargentos Militares (Assmal), sargento PM Teobaldo Almeida.

Durante a reunião, as esposas e irmãs dos militares relataram para a coordenadora que necessitam do apoio com relação à transferência dos militares para uma instituição militar onde eles fiquem mais seguros, pois segundo elas, os militares estão sendo ameaçados pelos presos comuns frequentemente e o risco de rebelião é grande.

Após ouvir as declarações da comissão das mulheres que buscam a transferência dos militares, Marluce Falcão mostrou total apoio à causa e falou que irá ajudá-las, pois considera que está havendo uma violação dos direitos humanos. Segundo ela, é proibido que os presos sub judice fiquem no mesmo local que presos condenados. “Se não há local adequado para os militares, que sejam colocados em um presídio domiciliar”, declarou Falcão.

Ela disse ainda que irá focar o seu posicionamento na violação dos direitos humanos. “Estamos vivendo uma crise de ilegalidade. Isso fere todos os princípios. O juiz de cada caso é quem tem o poder de fazer a transferência. Irei fazer um parecer e encaminhá-lo até amanhã à Procuradoria Geral do Estado, pois a lei confere aos militares a legitimidade acerca ou não da transferência desses PM’s”, pontuou Marluce Falcão.

A promotora e coordenadora do NDDH, orientou as esposas e irmãs dos militares que elas procurem o juiz do caso ou respectivo procurador de justiça para que tomem conhecimento acerca do caso, pedindo a revogação da prisão preventiva. “Em razão da deficiência do Estado não se pode violar a lei, como é o exemplo deste caso e meu compromisso é fazer com que o parecer chegue nas mãos da procuradoria o mais rápido possível”, declarou Marluce Falcão.

De acordo com Léa Cunha, esposa de um dos militares que estão no Baldomero Cavalcanti, à reunião foi produtiva e todos os familiares esperam que agora a lei seja cumprida. “Só queremos que tudo seja solucionado e que eles sejam transferidos para um local adequado”.

Para o presidente da Assmal, sargento PM Teobaldo Almeida, a esperança é que o comandante não seja omisso e que cumpra o estatuto da PM. “Há várias opções de locais para os militares serem transferidos, como é o caso do Cefap, Academia Militar e os batalhões, enquanto o presídio militar não é construído, pois eles estão separados apenas por celas”.

O vice-presidente da ACS/AL, cabo BM Rogers Tenório, ressaltou que estão esquecendo que a responsabilidade pela segurança e o fato de ter ou não regalias é do comando. “Eles só batem na tecla sobre as regalias, mas sabe-se que poderiam reverter esta situação sem ter que transferir os militares para o diariamente”, finalizou Tenório.

 

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