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Estreou em 1973 como repórter do Diário de Pernambuco, do qual foi redator e editor setorial. Foi editor-geral do Diário da Borborema-PB, Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas. Foi colunista político e editorialista de O Jornal. Exerceu os seguintes cargos: Coordenador de Comunicação da Assembleia Legislativa de Alagoas, Delegado Regional do Ministério do Trabalho, Secretário de Imprensa da Prefeitura de Maceió e Secretário de Comunicação de Alagoas. Atualmente é editor-geral do PRIMEIRA EDIÇÃO.

Um tiro no claro

14/04/2014 09:30

Um tiro no claro
A popular expressão ‘um tiro no escuro’ (jogada lotérica para ver se dar certo) não pode ser aplicada à escolha de Eduardo Tavares para concorrer ao governo pelo PSDB. Dessa vez, o mentor da indicação, Teotonio Vilela Filho, foi reflexivo, ponderável e até calculista. Por isso seria mais apropriado afirmar que a escolha do procurador de Justiça foi, sim, ‘um tiro no claro’. Tudo no bom sentido.
Governo é para quem tem estatura ética, retidão de caráter, experiência em gestão pública – atributos que sobram em Eduardo Tavares. Mas Vilela o escolheu, também, pela falta de histórico político. Sem biografia partidária não tem vícios, erros, rabo preso e, portanto, não poderá ser atacado. Salvo pelo fato de ser aliado do governador que não conseguiu ‘acabar’ com a violência...
Pesou, ainda, na indicação um componente sedutor: o apelo à renovação num estado pobre em valores novos. Renovar significa mudar, e o eleitor, aqui e alhures, é um eterno aprovador de mudanças. Renan Filho e Rui Palmeira são exemplos de renovação, um deputado federal, outro prefeito de Maceió. Teotonio resolveu apostar em Eduardo Tavares com uma proposta de renovação associada à experiência e à maturidade. Como chefe do Ministério Público Estadual e como secretário de Defesa Social, o pré-candidato do PSDB deixou a marca de um homem público probo, capaz e determinado. Foi o que Vilela considerou ao lançá-lo para a difícil missão de disputar o cargo de governador.

A QUESTÃO NUCLEAR
É legítimo propor uma CPI ampla para apurar tudo. Por que não? Se há corrupção em toda parte, que seja investigada. Agora, o que vai repercutir pra valer é o imbróglio da Petrobras, por motivos óbvios.

SÓ BOA INTENÇÃO
O projeto de Heloísa Helena, que pune empresa de ônibus por excesso de demora nas filas, vai funcionar com a mesma eficácia da lei aprovada para reduzir filas nos bancos: sem fiscalização.

PLANALTO NÃO SOBREVIVE SEM RENAN
Dilma sobrevive sem Renan Calheiros na presidência do Congresso Nacional? Nem Lula conseguiu. Logo, a história sugere que tanto Dilma quanto Lula vão pedir que Renan permaneça onde está, cuidando dos interesses de Alagoas, sim, no Senado Federal, mas trabalhando, sobretudo, pela governabilidade do País.

EM COMPENSAÇÃO...
Por esse raciocínio, chega-se ao entendimento de que, para ter Renan como fiel escudeiro presidencial, o senador poderá, em troca, pedir o apoio do Planalto para eleger Renan Filho.

SEM RUPTURAS
Na oposição, os líderes partidários preferem ver o senador Renan disputando o governo, mas ninguém parece disposto a dividir o bloco só para reagir à indicação do Renan deputado.

MARINA SILVA PODERÁ FAZER A DIFERENÇA
Lula teme que Eduardo Campos, com cara de bom moço e irresistível carisma, domine a cena na campanha presidencial. Mas teme, também, que ‘em cima da hora’, Campos aceite ser vice de Marina Silva. Lula sabe o que faz. Todas as pesquisas de intenção de voto mostram que, com Marina no páreo, a reeleição de Dilma corre seríssimo risco. A última do Datafolha indicou que, com Marina na briga, a decisão vai para segundo turno.

SUPREMO DECIDIRÁ
Pela primeira vez, a instalação de uma CPI está embaralhada no Congresso Nacional. A confusão é tanta que o imbróglio terá de ser resolvido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal.

DILMA É DIFERENTE
Dilma não tem tanto apego ao poder quanto Lula. Questão de perfil, de formação, de trajetória. Por isso, já tem muito petista com medo de que a presidente largue tudo, pegue o boné e vá para casa.

BLOCO PALACIANO COM QUATRO CANDIDATOS
O cenário da sucessão estadual começa a se desenhar confirmando a previsão de que o bloco governista sairá com três ou quatro candidatos a governador – contra um da oposição. Eduardo Tavares (PSDB) e Benedito de Lira (PP) estão sacramentados. Falta a palavra final de Thomaz Nonô (DEM) e de Alexandre Toledo (PSB). É tudo gente de um mesmo grupo.

EM QUEDA LIVRE
E o BBB, hein! terminou com míseros 23 pontos no Ibope. Queda vertiginosa de um ‘programa’ que, no auge, chegou a alcançar 59 pontos de audiência. É o telespectador saturado de bobagem.

MASSA DE MANOBRA
Cota de vagas (20%) para negros nos concursos públicos. Em busca de mais apoio eleitoral, o PT vai conseguindo transformar a comunidade de cor em uma raça incapaz e inferior. Uma lástima.

A LIÇÃO E SEUS EFEITOS NA TELEVISÃO
Uma flagrante contradição da televisão brasileira: de manhã, à tarde e à noite não faltam programas ensinando a preparar guloseimas, sempre com alguém provando: “Uma delícia!”. Enquanto isso, os telejornais mostram diariamente as vítimas da obesidade que, muitas vezes, se inspiram nas comilanças que a TV ensina e recomenda.


 

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Dilma e o escândalo da Petrobras

07/04/2014 10:28

Dilma e o escândalo
O escândalo que envolve a Petrobras detona o que Dilma exibia de mais consistente e confiável: a imagem da ‘gerentona’, que faz tudo com diligência, rigor e competência. Imagem, refletida para o público, em harmonia com sua flexão verbal acentuada e seu jeito autocrático de ser. Caiu tudo por terra, diluiu-se como um castelo de areia erguido em praia arrastada pela devastação de um tsunami.
Em sua defesa, em meio ao fogaréu do Petrogate, o que diz a chefe do governo? Que assinou a autorização para compra da refinaria de Pasadena baseada em ‘documentação falha’. E sua diligência? E sua obrigação de checar números, conferir dados e questionar, ao menos, as cláusulas de risco da negociação? Nada funcionou. Por que?
Não se está cobrando, neste momento, da cidadã Dilma Rousseff, pelo fato de ocupar a presidência da República. Para quem não se lembra, antes de chegar ao Palácio do Planalto, primeiro como chefe da Casa Civil e, depois, como presidente, Dilma fora ministra das Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Justamente por isso, não poderia autorizar que a estatal comprasse por US 1,2 bilhão (algo em torno de dois bilhões e 500 milhões de reais) uma refinaria que, à época, havia sido adquirida por uma companha belga por apenas US 42,5 milhões.
Dilma jogou errado onde, pela experiência de funções exercidas, não poderia errar. Agora, sentindo-se ameaçada pelos efeitos que o escândalo pode produzir, instiga seus aliados no Congresso Nacional para fazerem de tudo a fim de abafar o rumoroso caso. Abafar como, se o mundo inteiro já sabe o que aconteceu? Bom, abafar, certamente, o que ainda não veio à superfície, o que ainda não emergiu à tona desse mar literalmente negro onde a honorabilidade da Petrobras (assim como sua credibilidade) afundou por completo.

POLÍTICA É ISSO
Pode parecer anedota, mas é fato: tem tucano sugerindo que, em 2016, ‘para não continuar sem mandato’, Teotonio Vilela Filho dispute a Prefeitura de Maceió. Rui voltaria a ser deputado federal.

A ÚNICA DERROTA
Curioso, nessa história, apenas um detalhe: em 1994, Téo saiu candidato a prefeito e perdeu. Ficou em 3º lugar, num pleito decidido em 2º turno por Zé Bernardes e Ronaldo Lessa. Deu Lessa.

ORDEM NEM SEMPRE É CUMPRIMENTO
O Tribunal de Justiça pode mandar, mas não pode garantir. A ordem de Elisabeth Carvalho para o governo convocar, de imediato, a reserva técnica da Polícia Militar não pode ser cumprida porque o Estado, como garantem os números da Secretaria da Fazenda, já ultrapassou o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), no tocante a gastos com pessoal.

O PAPEL DA MÍDIA
O governo Dilma não tem como se livrar do Petrogate. Mesmo que a CPI fique sob ‘controle rigoroso’ de aliados, no Congresso Nacional, lá fora o jornalismo investigativo fará sua parte.

A MÍDIA IMPRESSA
A propósito, ressalte-se o papel histórico da mídia impressa no Brasil. O escândalo da Petrobras é apenas ‘mais um’, trazido ao público por um dos grandes jornais do país – o Estado de S. Paulo.

PROJETO DE CAMPOS ANIMA PSB ALAGOANO
A ex-prefeita Kátia Born não esconde sua empolgação com a candidatura de Eduardo Campos a presidente da República. Presidente estadual do PSB, ela associa a disputa nacional ao projeto que está construindo para fortalecer a legenda em Alagoas, com candidato ao governo e ao Senado e com chapas fortes para deputado estadual e federal. Ela própria, entretanto, não parece decidida a participar do processo disputando algum mandato.

POR TRÁZ DA ROMARIA
A romaria de vereadores e prefeitos a Brasília não visa, apenas, pressionar o governo a ampliar os recursos do FPE. Por baixa, a turma luta pela prorrogação dos mandatos até 2018.

MOVIMENTO SILENCIOSO
A campanha, ainda discreta, nesse sentido, se apoia no movimento pela unificação das eleições. A próxima de prefeito e vereador seria realizada não em 2016, mas dois anos depois, com as demais.

CAMPANHA BARATA
A campanha eleitoral deste ano será a mais curta – e econômica – da história: durará exatos três meses – de julho a setembro. Para os candidatos, nada mais providencial do que ter de gasto pouco.

NOS BASTIDORES
Pouco, vírgula. Experientes observadores da cena política local lembram que é justamente fora do calendário oficial da eleição que os candidatos mais gastam com os donos de redutos eleitorais.

COMÉRCIO SEM REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
No lançamento do Liquida Geral Maceió, durante café da manhã no Hotel Radisson, repórter aproximou-se de Wilson Barreto e disparou: “Sai para deputado estadual este ano?”. O presidente da CDL devolveu sem pensar: “Me poupe!”. O comércio de Maceió não tem, mas bem que poderia ter representante na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa.
 

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Fracassa o Plano Federal de Segurança em Alagoas

03/04/2014 12:35

Quando o médico Alfredo Vasco foi assassinado na Ponta Verde, em maio de 2012, causando choque e consternação na sociedade alagoana, o governador Teotonio Vilela Filho reagiu com humildade: tomou o avião e foi a Brasília para pedir socorro ao governo federal.
Um entendimento entre a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deu origem ao Brasil Mais Seguro, um plano de segurança para cuidar emergencialmente da criminalidade nos Estados mais carentes, como Alagoas.
Próximo de completar dois anos em execução, o Brasil Mais Seguro já pode ser considerado um fracasso, embora tenha conseguido reduzir os índices de homicídios, sem, contudo, conter as ações dos assaltantes que continuam agindo em todo o Estado.
Diante das estatísticas mostrando que os crimes contra o patrimônio estavam crescendo, apesar do plano de segurança executado em parceria entre governo federal e governo estadual, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu sua pele afirmando que o objetivo do Brasil Mais Seguro era conter os homicídios.
Esse assunto dominou os espaços da mídia e do cenário político alagoano, na semana que passou, depois da reportagem do ‘Fantástico’ em que um estudo feito por organização mexicana apontava Maceió como a quinta cidade mais violenta do mundo. Junto com a capital alagoana, no topo da criminalidade, apareceram João Pessoal, capital da Paraíba, e Fortaleza, capital do Ceará.

SÓ UM SANTO
Como não se derrota organizações criminosas de um dia para noite, nem se acabar com um quadro de violência institucionalizado, o secretário de Defesa Social, Eduardo Tavares, reagiu à matéria do ‘Fantástico’ afirmando que ‘somente um santo para acabar com a violência’ com a rapidez que vem sendo cobrada.
O tema criminalidade veio à tona intensamente, e não por coincidência, no momento em que, tão humilde quanto Teotonio Vilela, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi a Brasília para pedir ajuda do governo federal a fim de conter a escalada da violência nos conflagrados morros da Cidade Maravilhosa.
Na Assembleia Legislativa, fazendo uma oposição oportunista, divorciada da realidade, deputados do PT, adversários de Vilela, proclamaram o fim da luta contra o crime no Estado
“Há muito tempo, deputados e especialistas apontam que são necessárias mudanças no atual modelo de combate à criminalidade. E a declaração do secretário (Eduardo Tavares) mostra que o governo se deu, lamentavelmente, por vencido, entregando a toalha. Infelizmente, esta é a Maceió em que vivemos, é o estado em que sobrevivemos”, disse Judson Cabral sem se dar conta de que o projeto de combate ao crime em Alagoas é o projeto aprovado pelo governo federal do PT, o seu partido.

OUTRO VIÉS
Por modelo de combate à criminalidade entende o conjunto de ações policiais, mas o petista Judson deu outro sentido às suas palavras ao salientar que, enquanto o Estado não tomar como prioridade as ações de caráter social, a violência seguirá fazendo vítimas em Alagoas. “Precisamos de ações sérias, voltadas para o contexto social. Hoje, não temos isso. Os adolescentes estão nas ruas, ao lado do crime. Sem incentivo para atividades fora da sala de aula, não há como tirar o jovem desse mundo de vícios. Existe um caminho para reverter tudo isso, mas falta vontade para torná-lo realidade”.
No final de sua intervenção, não se sabia se o parlamentar petista falava de Alagoas ou da Paraíba, do Ceará, do Rio de Janeiro ou de São Paulo ou do Brasil como um todo, onde o desemprego, a inflação, a carestia geral, a falência da educação e da saúde agem como combustíveis de alta potência na fogueira da criminalidade.
Curiosamente, Judson Cabral atacou a ‘inação dom governo’ 72 horas depois que, pessoalmente, ao lado do secretário de Defesa Social, o governador Vilela inaugurou bases e postos policiais para reforçar o sistema de segurança na orla da capital e em diversos bairros onda a incidência criminal exige ações mais efetivas.

PLANO FALIDO
Segurança nunca foi o ‘forte’ do governo central petista e, talvez por isso, o ‘Brasil Mais Seguro’ não tenha convertido em projeto vitorioso, mesmo tendo o Ministério da Justiça escolhido justamente um estado pequeno, de povo ordeiro, como Alagoas, para fazer o experimento de estratégias de combate à criminalidade.
Isso ficou perceptível já nos primeiros meses de execução do plano, cuja falência foi proclamada, de modo franco e corajoso (tratando-se de um aliado precário do governo petista) pelo senador Fernando Collor de Mello, no final de 2012.
Nesse contexto, de um governo federal distante e impotente em suas intervenções na área de segurança nos estados, soa emblemática a frase proferida por José Eduardo Cardozo ao avaliar a situação crítica do sistema prisional brasileiro: “Eu proferia morrer a ir para uma dessas prisões”.
Frase lapidar do ministro da Justiça de um governo que, sem projeto nenhum para a área de segurança, permitiu que a violência se alastrasse por todos os recantos, transbordando dos grandes centros urbanos para ganhar capilaridade em todos os pontos do território nacional.
 

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Por que a CPI apavora o Planalto

31/03/2014 12:06

Não existe CPI técnica, nem CPI política, nem CPI oportunista. Em qualquer democracia, CPI é arma da oposição. Aqui, na aldeia tupinambá, nenhum partido apoiou mais CPIs do que o PT. Quando quer investigar e expor o governo tucano em São Paulo, o que faz a bancada do PT? Cria CPI na Assembleia. É o papel da oposição.
Agora, por que o governo central teme tanto uma CPI para apurar o escândalo da Petrobras? Os governistas dizem que não ‘vai dar em nada’. Então, por que tanto pavor? Pela amplitude, pela velocidade e pela forma escancarada com que a CPI apura os fatos. CPI, já se disse com absoluta propriedade, sabe-se como começa, mas nunca como termina. A de PC Farias, quem não se lembra, terminou com Collor destituído da presidência.
Pela lógica mais simples, se a CPI da Petrobras não passasse de um exercício inútil, o Planalto não estaria desesperado, advertindo que não perdoará quem assinar o pedido da Comissão.
O pavor que tomou conta da presidência da República tem, portanto, sua razão de ser. Lula e Dilma sabem que as investigações do Tribunal de Contas da União incomodam, mas são discretas. O mesmo pode-se dizer do Ministério Público Federal e da Controladoria Geral da República. Discrição, sobriedade, relatórios frios são marcas dessas instituições. A CPI, até pela natureza política de que se reveste, trabalha às escâncaras, com repórteres de plantão. Cada novidade é acionada como um míssil com endereço certo.
TCU, CGU, MPF e até a Polícia Federal não operam com a mídia a tiracolo. A CPI, pelo contrário, funciona atrelada a uma redação. Tem poder de polícia, pode quebrar sigilos fiscal, telefônico e bancário sem ter que se sujeitar à lentidão da Justiça. É esse poder de fogo que aterroriza o Planalto. O desdém dos líderes petistas em relação à CPI da Petrobras é falso, é teatro. Por trás de cada face irônica se esconde um medo indescritível. Ainda mais com a aprovação do governo Dilma desabando em queda livre.
No desespero, o governo vai tentar de tudo, até ampliar o raio de investigações da CPI para envolver, de algum modo, o PSDB, mas será inútil. O foco mesmo será o escândalo da Petrobras.
De mais a mais, a CPI não assombra simplesmente por ser CPI. O pavor tomou conta do Planalto, sobretudo, pela extrema gravidade do assunto que está para ser investigado. Algo tão escabroso que, pelas implicações já conhecidas, pode simplesmente detonar o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff.
 

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O petróleo ainda é nosso?

31/03/2014 05:20

O petróleo ainda é nosso?
Impossível avaliar os efeitos do escândalo financeiro que abalou a República. A compra de uma refinaria de petróleo, nos Estados Unidos, por R$ 1,2 bilhão, seria algo normal se a empresa não tivesse sido adquirida, antes, por apenas R$ 43 milhões. O rombo é tão brutal, que o governo brasileiro está grogue, sem um rumo, sem, explicação, sem defesa. O único coro audível – entre os governistas – canta que não há necessidade de CPI porque o escândalo já está sendo investigado pela Polícia Federal e Tribunal de Contas da União. Se assim é, por que tanto medo da CPI?
Porque a transação ainda está envolta em mistérios. É um caso nebuloso envolvendo uma grana preta, literalmente. Que atinge, de modo frontal, a figura de Dilma Rousseff – não por ser a presidente da República, mas por ter autorizado a compra da tal refinaria quando presidia o Conselho de Administração da Petrobras. Como fica, após descoberto negócio tão escabroso, a imagem da gestora eficiente, da administradora competente, de Dilma Rousseff?
Um negócio da China, quer dizer, dos Estados Unidos, como esse da refinaria de Pasadena, intrigaria qualquer Zé Mané ante uma circunstância primária: por que ninguém, lá nos EUA, foi atraído pela oferta tentadora? Será que a Shell, Esso, Texaco e outras gigantes do petróleo ianque sabem menos, conhecem menos do que a Petrobrás, as refinarias de seu próprio território?
Petistas e aliados andam dizendo que isso é coisa de capitalismo, que o mercado é um jogo onde ganha-se e perde. É, mas ninguém lá fora perdeu. Quem dançou foi o Brasil, com um prejuízo monumental a ser coberto com o dinheiro dos impostos que o governo arranca da população sem dor nem piedade.

CONFISCO ABSURDO
A OAB nacional já denunciou o descaso e recorreu ao Supremo Tribunal Federal. Cabe agora ao plenário do STF ordenar a correção da tabela do Imposto de Renda, defasada em mais de 60%.

NÃO FOSSE BARBOSA...
De um observador cheio de ponderação: “Não fosse o ministro Joaquim Barbosa, os mensaleiros não teriam sido condenados. Pelo contrário, estariam recebendo indenizações por danos morais”.

A HISTÓRIA PUNE COM A MEMÓRIA
Escolhido por Dilma para substituir Ideli Salvati como ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, um petista emblemático, notabilizou-se quando, ministro da Previdência Social do primeiro governo de Lula, olhou com desumano desprezo para enormes filas de pensionistas de mais de 90 anos que então se formaram em frente as agências bancárias. Depois, cheio de jactância, sussurrou pedido de desculpas...

FIREMAN, O CARA
Depois de cuidadosa sondagem, a Coluna decidiu participar da bolsa de apostas: Marco Fireman, ex-secretário estadual de Infraestrutura, será o candidato do PSDB a governador, avalizado por Téo Vilela.

TOCADOR DE OBRAS
O trunfo de Fireman é o grande volume de obras físicas executadas em todas as regiões do Estado, sob seu comando. Muitos dos projetos vão começar a ser inaugurados agora perto das eleições.

PINTO DE LUNA NO RUMO CERTO, COM ATRASO
Quatro anos atrasado, o delegado federal José Pinto de Luna (aposentado) sinaliza que vai tomar o rumo certo: concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa. Em 2010, o homem que comandou a célebre Operação Taturana deveria ter saído para deputado estadual, mas preferiu, em decisão equivocada, um mandato federal. Não deu. Este ano, vai ter de trabalhar dobrado, já que perdeu o ‘time certo’ da corrida eleitoral.

JOVEM E SÁBIO
Do jovem Diógenes Tenório, novo procurador da Assembleia: “Procurador não manda nada, quem manda é o gestor. Procurador dá assistência jurídica, diz o que é e o que não legal. E só”. Uma aula.

ROLETA RUSSA
De um tucano, espichando o bico: “Ao afirmar que Dilma deu um tiro no pé, ao levar o caso Petrobrás para o Planalto, Lula quis dizer que esse escândalo é tão terrível quanto à diabólica roleta russa”.

LAQUEADURAS LÁ, PERERECAS CÁ
Asdrubal Bentes é o deputado federal que acaba de ser condenado a 3 anos e 1 mês pelo Supremo Tribunal Federal. Seu crime: pagar laqueaduras, uma fórmula artificial de esterilização feminina. O episódio serve de advertência para os políticos alagoanos, do interior, sobretudo, que não se cansam de distribuir pererecas aos seus desdentados eleitores. Sempre nos períodos eleitorais.

UM SÓ NEYMAR
O Neymar do Barcelona é o mesmo Neymar do Santos. O problema – causa da insatisfação da torcida catalã com o atleta – é quanto ele custava ao Santos e quanto está custando ao Barça.

DE DEZ A ZERO
A loja Carajás merece 10 em ofertas e preços dos produtos. Em compensação, não merece mais que zero quando se trata de entregar a mercadoria – salvo quando o cliente compra... metade do estoque.

DIA DE CÃO NO TRÂNSITO DA CAPITAL
Quarta-feira (26), a servidora Maria Vieira, residente no Trapiche, se deslocou até Jatiúca para uma consulta médica na Av. João Davino. Uma vez atendida, saiu de lá 11h40m e chegou a sua casa, perto do HGE, às 13h, portanto, 1 hora e 20 minutos depois. Sem obra em pista, sem colisão, sem atropelamento. É o caos se instalando no trânsito de Maceió. A moça quase sofreu um enfarte de tanta raiva.
 

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Primeira Edição © 2011