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Estreou em 1973 como repórter do Diário de Pernambuco, do qual foi redator e editor setorial. Foi editor-geral do Diário da Borborema-PB, Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas. Foi colunista político e editorialista de O Jornal. Exerceu os seguintes cargos: Coordenador de Comunicação da Assembleia Legislativa de Alagoas, Delegado Regional do Ministério do Trabalho, Secretário de Imprensa da Prefeitura de Maceió e Secretário de Comunicação de Alagoas. Atualmente é editor-geral do PRIMEIRA EDIÇÃO.

Os candidatos (2) - Eduardo Tavares

16/06/2014 08:19

O ex-chefe do Ministério Público Estadual ingressa na política com bandeira de renovação. Não tem o jogo de cintura dos políticos ‘tradicionais’, mas conta com o peso de uma trajetória elogiável na vida pública. Sua passagem pela Defesa Social foi efêmera, mas suficiente para demonstrar a virtude da seriedade, que costuma realçar com rara disposição de trabalho.

A seu favor, claro, o fato de não ser político. Justamente por isso, não poderá ser atacado, salvo se algum destemperado pretender afrontá-lo entrando no campo pessoal. Não é política, é rinha. Também não poderá ser alvo de críticas pelo que fez na chefia do MPE ou da Defesa Social. Em um e outro caso se houve bem.

Mas, se o fato de não ser político ajuda, por um lado, por outro dificulta porque o faz se apresentar ao eleitorado como um ‘ilustre desconhecido’. A campanha é breve (antes durava seis, oito meses, agora são só 90 dias) e sem tempo não poderá viajar pelo estado, abrenhando-se pelo interior, pelas vilas, povoados e mesmo cidades pequenas que acabam pesando no somatório.

A campanha e as pesquisas dirão se o apoio do governador Teotonio Vilela ajuda ou atrapalha. Deve ajudar no interior e prejudicar na capital. O governo fez muito, no geral, mas a gestão tucana tem sido criticada por causa da violência. A situação é mais grave em Maceió, daí as críticas incessantes ao governo.

Para convencer o eleitor, Eduardo Tavares também precisa demonstrar que não é um mero figurante, mas um concorrente disposto a atingir seu objetivo eleitoral. Nem figurante, nem ponta-de-lança escalado para armar o palanque do presidenciável Aécio Neves. Sua arrancada vai depender, sobretudo, do clima entre Renan Filho e Benedito de Lira. Se esquentar, com agressões pessoais, ET poderá emergir como o ‘bom moço’.

 

DEBANDADA CRUEL

Consta que o governador Téo Vilela ficou inconformado com a debandada de Kátia Born e Régis Cavalcante. Ex-secretários de Vilela, na hora H eles optaram por apoiar Benedito de Lira.

 

HUMOR AFETADO

No final de semana um assessor palaciano explicava o mau humor de Vilela: “Pelo Biu, tudo bem, mas seria natural se não houvesse o Eduardo Tavares, o candidato do próprio governador”.

 

ROGÉRIO TEÓFILO UM CASO RARÍSSIMO

O ex-deputado federal Rogério Teófilo é um dos poucos políticos de projeção cujo patrimônio encolheu ao longo do tempo. Isso explica sua decisão de só concorrer às eleições deste ano – para deputado estadual ou federal – se conseguir estrutura (leia-se apoio financeiro) para bancar os gastos de sua campanha.

 

GRANDE DESAFIO

Analistas políticos avaliam que nenhum candidato a federal tem densidade para conseguir se eleger sem ajuda da legenda. Mantida a bancada com oito vagas, serão necessários 190 mil votos.

 

CÍCERO ALMEIDA

Esse cálculo coloca em xeque a pretensão de Cícero Almeida de conquistar uma vaga na Câmara em Brasília. Sua votação em Maceió será consagradora, mas faltam-lhe redutos no interior.

 

CUNHA JÁ TEM UM PÁSSARO NA MÃO

Herdeiro político de Ceci Cunha (deputada federal assassinada no final dos anos 90), Rodrigo Cunha (ex-coordenador estadual do Procon) é visto como provável campeão de votos rumo á Assembleia Legislativa. Em Arapiraca, seus aliados advertem: “Melhor um pássaro na mão (mandato estadual) do que 10 voando (vice-governador”). Traduzindo: é pegar ou pegar.

 

FORA DO VÍDEO

Quem apresenta programa em rádio e TV, e pretende ser candidato, só deve se afastar depois de ter o nome homologado na convenção partidária. Antes disso, a lei trata como pré-candidato.

 

CAMPO DE LUTA

Eleição majoritária se decide no rádio e na TV, nesta, sobretudo. Já os candidatos proporcionais, com aparições fugazes na televisão, precisam gastar muita sola de sapato em busca do voto.

 

EXEMPLO DE INVERSÃO DE VALORES

Um advogado invadiu o plenário do Supremo exigindo ‘votação já’ de um mandado de segurança pedindo a soltura do mensalista José Genoino. Ao seu estilo, o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, mandou que retirassem o invasor do recinto. Dia seguinte, notas de entidades defendendo o ousado bacharel. Nunca se inverteram tanto os valores como no Brasil atual.

 

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL

O ruído da Copa abafou a pesquisa do Ibope, a mais recente, mostrando que Dilma voltou a cair (de 40% para 38%). Os rivais Aécio Neves e Eduardo Campos subiram, pouco, mas subiram.

 

ÂNGULOS DISTINTOS

Não poucos petistas acham que Eduardo Campos não crescerá por ser pouco conhecido dos brasileiros. Lula, entretanto, aposta n contrário. E o ex-presidente conhece Campos como ninguém.

 

BANCADA FEDERAL – OS NÚMEROS DO STF

Dez ministros (o presidente só votará se houver empate) do Supremo vão decidir se mantém ou não a decisão do TSE de reduzir a bancada federal de Alagoas e mais sete estados. Três deles, integrantes do Tribunal Eleitoral, são votos antecipados a favor do corte. Ou seja: faltam três votos para a resolução ser mantida – e seis para ser derrubada. O que parece mais provável?

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Ibope: Dilma volta a cair; Aécio e Eduardo sobem

11/06/2014 08:33

Muita coisa vai depender do resultado da Copa, mas, por enquanto, a situação não é boa para a presidente Dilma.A mais nova pesquisa do Ibope sobre a sucessão presidencial mostra nova queda da petista: ela caiu de 40% para 38%, ao passo que o tucano Aécio Neves subiu de 20% para 22%, enquanto o socialista Eduardo Campos avançou de 11% para 13%.

Lembrando: em abril, Dilma tinha 37%, avançou para 40% em maio, e agora voltou a cair para 38%.

Detalhe: a soma dos candidatos de oposição, incluindo os chamados nanicos, supera o percentual atribuído a Dilma, o que torna concreta a probabilidade de segundo turno.

A pesquisa do Ibope, divulgada nesta terça-feira (10) foi contratada pela União dos Vereadores do Estado de São Paulo. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 142 municípios entre 4 e 7 de junho. A margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais. O levantamento foi registrado sob o protocolo BR-00154/2014 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Os candidatos (1) Benedito de Lira

09/06/2014 10:58

O senador do PP tem trajetória política vitoriosa, iniciada com  mandato de vereador em Maceió, conquistado no final dos anos 70. Presidente da Câmara Municipal, assumiu a Prefeitura da capital por 30 dias, período em que o então prefeito Dilton Simões se ausentou em viagem à Alemanha. Depois disso, se elegeu deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa, a seguir deputado federal e hoje é senador da República.

Sua disposição de luta é respeitada pelos adversários, valendo lembrar que, em 2010, não se intimidou com o poderio eleitoral do senador Renan Calheiros, nem com a capacidade de luta da ex-senadora Heloísa Helena, e entrou na luta para conquistar um mandato senatorial surpreendendo seus próprios correligionários.

Curiosamente, porém, o grande obstáculo de sua caminhada ao governo foi criado por ele próprio, ao abandonar o barco da presidente Dilma Rousseff para se compor com o pernambucano Eduardo Campos, do PSB, um ex-aliado do Palácio do Planalto que, hoje, os petistas abominam, a começar pelo chefe Lula.

Pode-se dizer que o desafio maior de Benedito de Lira será convencer o eleitorado alagoano de que não será ‘ignorado’ (o termo certo seria discriminado) por um eventual governo Dilma em segundo mandato. É oportuno lembrar que o Planalto trata bem Alagoas exatamente por ser governado por um tucano. Com isso, fica a cavalheiro para mostrar ao Brasil que trata bem os estados de modo geral, inclusive os governados pelo PSDB.

Tratando-se, contudo, do PT no poder central, é lícito imaginar que o senador do PP não será visto, durante a campanha e depois, como um adversário comum, a exemplo do próprio Teotonio Vilela, mas como alguém que recebeu e não retribuiu o apoio expresso de Lula e Dilma, indispensável à sua vitória em 2010.

 

 

CONTRA VIOLÊNCIA 1

O clamor contra a violência produz efeitos no Senado. Na quarta-feira (5), o presidente Renan Calheiros anunciou a decisão de discutir nova legislação para conter a onda de criminalidade.

 

CONTRA VIOLÊNCIA 2

A violência, que cada estado trata como sendo um mal exclusivo, é na verdade uma realidade nacional. A pressão sobre o Congresso chegou através de secretários estaduais de segurança.

 

TORRES GANHA CIDADANIA ALAGOANA

Por iniciativa do deputado Jéferson Morais, a Assembleia acaba de conferir ao pernambucano Antônio Torres, o título de Cidadão de Alagoas. Justa homenagem a um profissional competente e íntegro, comentarista esportivo de primeira linha. Além de bom no rádio e na TV, Torres também é um amigo exemplar.

 

AL-PREVIDÊNCIA 1

Neste início de semana, a presidência da Assembleia Legislativa celebra convênio de adesão ao AL-Previdência, transferindo sua folha aposentados para o Fundo Previdenciário Estadual.

 

AL-PREVIDÊNCIA 2

Com a adesão, a ALE corrige antiga distorção: deixa de usar o próprio duodécimo para pagar inativos. A propósito: em julho, ativos e aposentados da ALE terão 5% de reajuste vencimental.

 

NONÔ AINDA VAI DEFINIR SEU RUMO ELEITORAL

A instabilidade de José Thomaz Nonô tem origem na mudança de rumo que foi obrigado a tomar, depois que Téo Vilela decidiu ficar no governo até o último dia. O vice-governador trabalhou três anos para sair candidato ao governo e, de repente, seu projeto foi inviabilizado. Hoje, não sabe se concorre ao Senado, à Câmara dos Deputados ou até a vice na chapa do senador Benedito de Lira. Seu maior cacife é o DEM, com ótima fatia no rádio e TV.

 

 

 

NA MEDIDA EXATA

A escolha de Luciano Barbosa como vice de Renan Filho foi feita sob cálculo preciso. A chapa majoritária da Frente de Oposição reuniu a disposição da juventude ao poder da experiência.

 

CORREDOR DA MORTE

A restauração do Centro de Maceió exige o fim do corredor de ônibus da Rua do Comércio, uma via congestionada e transformada em verdadeiro ‘paraíso dos trombadinhas’.

 

IGREJA ATACA GASTOS COM A COPA

A CNBB (voz da Igreja Católica no Brasil), saiu de mutismo e condenou os gastos com a Copado Mundo. Sem insuflar ninguém, lançou um panfleto em três idiomas afirmando que era mais urgente investir os recursos do Mundial em áreas críticas como educação, saúde e segurança pública. Vai ter reflexos.

 

PONTOS EM COMUM

O que têm em comum Paulo Maluf, Marta Suplicy e Gilberto Kassab? Todos são políticos? Não, todos respondem a processo por improbidade administrativa na Prefeitura de São Paulo.

 

BAIRRO ASFALTADO

Sem alarde, a Prefeitura de Maceió acaba de dar um ‘banho de asfalto’ nas ruas de Ponta Grossa. Trabalho que merece ser divulgado por beneficiar um dos bairros mais pobres da capital.

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O que vai acontecer depois da Copa

05/06/2014 14:55

O desempenho do Brasil na Copa do Mundo – a glória ou a vergonha – mexerá com o espírito da nação e exercerá influência decisiva sobre o projeto de reeleição da presidente Dilma.

A vitória brasileira, mais do que qualquer outra já conquistada ao longo da história, produzirá um barulho eufórico ensurdecedor, capaz de empanar todas as manifestações contrárias ao Mundial.

A derrota esfriará os ânimos dos que torceram para que tudo desse certo, e ampliará a fúria dos céticos e descontentes, dos irresignados e críticos – após a queda, cobertos de razão.

A conquista do sexto título mundial fará muita gente esquecer a violência, a falência da educação, a ruína da saúde pública e até a inflação, que mexe o tempo todo com o bolso do incauto torcedor.

O fracasso exacerbará o sentimento de revolta contra um evento que custou uma montanha de dinheiro, grande parte desviada pela corrupção embutida nos projetos das obras faraônicas.

O Hexa terá, com certeza, o poder de levar boa parte do povo às ruas numa comemoração típica de carnaval fora de época, com muitos confundindo futebol com a própria redenção nacional.

O revés, no Maracanã restaurado e majestoso, evocará a tragédia de 50, provocará convulsões e desmaios e fará emergir, das almas mais débeis, o velho ‘Complexo de Vira Lata’, de que falava Nelson Rodrigues ao discorrer sobre a magia do futebol.

A glória futebolística projetará, em todos os espaços da mídia, a fisionomia risonha da presidente sentindo-se avalista do grande feito, tão épico quanto à chegada do homem à Lua...

A derrocada, em sentido inverso, fomentará ódio e indignação, e transporá, dos estádios para o Planalto, o inconformismo dos que, tristes e humilhados, buscarão um culpado pela perda irreparável.

A euforia vitoriosa fará cada empolgado lembrar que valeu a pena gastar a rodo com projetos executados a toque de caixa e a admitir que o dinheiro esbanjado não fará falta às estradas destroçadas, às escolas arruinadas, aos hospitais e postos de saúde abandonados.

A fúria negativa dimensionará o peso de cada milhão desviado e acenderá, na memória de cada um, o fogo da desgraça social esquecida enquanto a nação, tomada pelo torpor do esporte inebriante, tudo apostava na supremacia da honra nacional.

O sabor do triunfo, acentuado pela gula voraz e incontida, absorverá os derradeiros e tênues resquícios do mensalão de Dirceu e Genoíno, e transformará a indigesta aquisição da refinaria texana em suntuoso banquete de iguarias oníricas.

O amargo do infortúnio, contudo, exumará da memória pátria a taxação dos milhões de pobres inativos, o calote dos precatórios, o confisco do Imposto de Renda e o rombo monumental do Caso Pasadena que, ampliado por outros descalabros, concorre para implodir a maior das empresas nacionais.

Se o Brasil ganhar, o intimorato Scolari se julgará o deus dos estádios, os atletas se fantasiarão de heróis extraplanetários, e a pequena Dilma, transmudada em monumento qual estátua ciclópica de Itu, lembrará que o título inexcedível foi fruto de sua obstinada tenacidade, ao passo que o companheiro Lula se proclamará autor do memorável feito e lembrará que a legislação admite a troca de candidato até 20 dias antes da eleição...

Se perder, se sucumbir em pleno templo marcado pelo temporal de lágrimas de 64 anos atrás, a decadente estrela do Planalto invocará que o Mundial não passou de trágico equívoco, extemporâneo, cegamente defendido pela sandice de um ex-presidente tomado pela obsessão de inscrever seu nome, também, na indelével história das Copas Mundiais.

 

 

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Quem ganha e quem perde com a renúncia de Joaquim Barbosa

03/06/2014 05:24

Não se trata de morte – perda irreparável – mas a renúncia do ministro Joaquim Barbosa deixa o país como que enlutado.

É motivo de júbilo para os corruptos da vida pública e para os bandidos em geral, e de tristeza para os guerreiros da cidadania.

O presidente do Supremo tem 59 anos, poderia permanecer no STF por mais 11 anos, até a compulsória, mas resolveu parar.

E o faz, com grandeza, fora do prazo para disputar as eleições,  silenciando a conhecida malta que poderia acusá-lo de oportunista.

O comando nacional petista se pelava de medo, tinha pavor só de ouvir falar na candidatura de JB à presidência da República. Quem ousaria dizer que o ‘Negão’, com a cara de povo que tem, seria uma ameaça ao Bolsa Família? Quem?

Ninguém, a não ser o próprio, conhece o real motivo que o levou a anunciar sua aposentadoria antes do tempo, abrindo mão, inclusive, dos meses que lhe restariam como presidente do Supremo.

Mas, e o que importa? O que representa, a essa altura, é o legado que Joaquim Barbosa deixa. O exemplo de honradez, de altivez, de desassombro. JB mudou a cara do Supremo Tribunal, e disse verdades que o povo brasileiro clamava por ouvir.

No episódio específico do mensalão, mormente como relator do processo, mostrou como se faz justiça. Sem conluio com o poder, sem medo de cara feia. Cadeia para quem merecia cadeia.

Missão cumprida? Talvez não. Amanhã, sob pressão, quem sabe, atenderá a um chamado da nação. Para agir, na política, como agiu no Judiciário. Dando exemplo de que, num país de regalias e privilégios, é possível punir corruptos e criminosos, não importando a origem nem o status social e econômico.

Os corruptos festejam, mas poderá não ser por muito tempo...

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Primeira Edição © 2011