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Estado natural

03/06/2013 19:24

 

 

 Antes de qualquer uma outra consideração sobre nossa realidade vivida, ao tomar agora meu capuccino no lugar predileto, digo o seguinte pra vocês: " Cada pessoa guarda dentro de si alguma alegria, alguma tristeza, algum momento muito feliz, alguma angústia, alguma gratidão, alguma mágoa, algum desespero, alguma esperança; alguma solidão, algumas companhias, algum inferno, algum céu, alguma saudade, algum sonho vindouro, algum olhar, alguma cegueira, alguma compaixão, alguma indiferença; alguma virtude , algum defeito, algum pecado, algum perdão, alguma mentira, alguma verdade, algum medo, alguma coragem, alguma loucura, alguma sanidade, algum bem e algum mal. Por fim, cada um sabe quanto pesa cada libra de seus sentimentos. Cada um sabe, a sua medida, o quanto significa o amor, a paz, e a serenidade. 

Em resumo, se existisse um manual para a felicidade, ia todo mundo continuar triste; ninguém ler manual! O importante mesmo não é vencer todos os dias, mas lutar sempre. Felicidade também é nosso estado natural, e ela está nas pequenas coisas do dia a dia. Uma criança, por exemplo, tem em sua naturalidade a felicidade. Se ela está com uma dor de barriga, ela fica triste e chora. Porém, logo em seguida, curada sua dor de barriga, ela volta a sorrir, volta ao seu estado natural. Assim também somos nós. Quando estamos em nosso estado natural estamos felizes. Quando algo ocorre fora da normalidade nos sentimos infelizes. Mas quando tudo volta ao normal do nosso cotidiano, estamos felizes. Por isso que a felicidade é o normal de nossas vidas, é o nosso estado natural. Não fique aí pensando que é infeliz por não ter conseguido trocar o modelo do carro de último lançamento, interferindo com a mente negativa no desequilíbrio de seu corpo. Se hoje você está normal, se comeu bem, bebeu água, curtiu, trabalhou, fez sua atividade, telefonou pra um amigo, brincou com seu filho, em fim, cumpriu os deveres do dia numa boa, você está feliz, porque o seu estado natural é feliz.

cronicjf@gmail.com

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Processo Eletrônico, um alerta a todo Judiciário

06/05/2013 19:00

 

 

 

 

 

As coisas no Brasil acontecem sempre destoando com a realidade. Às vezes há interesses escusos, pessoais, promocionais, e que nada tem de conteúdo prático no sentido de melhorar as coisas. Alguns tecnocratas ficam em suas salas fechadas em Brasília, a pensar uma realidade que eles próprios não conhecem. E sem consultar as bases, ou seja, os setores envolvidos com a coisa vão tomando as decisões mais estapafúrdias. É mais ou menos parecido como implantar a direção do lado esquerdo da Índia e da Inglaterra entre nós. Não dar certo este tipo de gestão. Refiro-me nestas linhas ao processo eletrônico no Judiciário. A primeira classe que deveria ser consultada seria exatamente os advogados do Brasil, pois são eles que levam processo ao Poder. Eu, particularmente, achei de plano que esse negócio não iria dar tão certo assim, desconfiando, inclusive, da questão da segurança processual. Este mundo virtual todos nós sabemos que é inseguro, cheio de invasões e panes, além de uma manipulação especializada. Acho que o processo de informatização foi importante e moderno, agora, levar isso tudo a virtualização é problema. Porque não deve levar-se em conta a velocidade da juntada dos documentos, mas, sim, de quem vai fazer cumprir no mundo físico as decisões, ou seja, a logística da máquina judiciária física é que faz as coisas acontecerem, e não uma impensada virtualização. Você imaginar que em cada jurisdição de um Tribunal pelo país a fora, há um sistema diferente de virtualização, é um descalabro. Veja abaixo o que a Abrat divulgou a respeito:

Um dia depois de a OAB divulgar documento apontando os cinco maiores problemas do Processo Judicial Eletrônico (PJe), a sede da entidade em Brasília é sede de encontro promovido pela Associa

ção Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat), no qual são discutidos os problemas que essa modalidade de peticionamente vem causando em diversas regiões do País. O seminário “O que é PJe?” conclui os trabalhos com um documento alertando a Justiça do Trabalho para o risco de exclusão dos advogados e dos cidadãos, em prejuízo da necessária inclusão e acesso à Justiça. Mais adiante, no dia 11 de março, o plenário do Conselho Federal da OAB ratificou os termos do relatório aprovado pelo fórum permanente dos presidentes das Comissões de Tecnologia da Informação das Seccionais, que apon

ta os principais problemas enfrentados pela advocacia brasileira com a implantação do PJe. Por proposição (relatório e voto) do presidente da Comissão Especial de Direito de Tecnologia e Informação da entidade, conselheiro Luiz Claudio Allemand (ES), aprovada por aclamação, o relatório com o posicionamento da entidade será junto aos comitês gestores do PJe do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), acrescido de novas sugestões. O vice-presidente Claudio Lamachia, que conduziu a reunião com os presidentes de TIs das Seccionais, voltou a afirmar que não se pode falar em PJe no País quando muitas regiões ainda não contam com internet banda larga. Além das deficiências na infraestrutura, ele ressaltou também a falta de unificação dos sistemas de processamento eletrônico nos diversos segmentos do judiciário.

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Comentários da atualidade

22/01/2013 12:57

 

O jornal impresso tem seu mercado. Outrossim, hoje em dia vejo que os adolescentes não lêem mais o jornal impresso, que é uma pena, pois em resumo, traz a informação  completa e dentro de esquema jornalístico que vem de uma rotina de séculos, e que não fica sendo catada aleatoriamente na rede.  Quanto aos pré-adolescentes, igualmente, estes estão todos de Iphone nas mãos, e que obviamente, praticamente desconhecem o jornal impresso. É uma geração bombardeada de informações, e pra eles a informação clássica é lenta e talvez tediosa pelos seus anseios de digitalização da informação em tempo real. É uma pena, volto a frisar.

Isso me faz imaginar uma estória de um desses parlamentares do Congresso Nacional que trabalha pelo controle da internet. Vamos imaginar que ao chegar em casa ele dar um boa noite ao filho pré-adolescente, ou ao neto de Iphone nas mãos, que sem olhar pra cara dele lhe responde: Boa noite dinossauro!

Que a imprensa no Brasil está sendo silenciada é um fato. As redações são compostas por militantes de esquerda que, obviamente, são milicos do governo atual. Há poucos e grandes jornalistas independentes e imparciais, mas estes não tem espaço na imprensa, com raras exceções. O que se quer saber do Brasil atualmente tem que ser por jornais de fora do País. Ditadura? Bem, se não aceita a crítica, é uma ditadura branca, mas é. E não se enganem: Tem jornalista de história nesse País, pedindo ajuda financeira para manter um blog no ar. Quem diria, hein?

Um exemplo clássico de retrocesso foi quando o Brasil recentemente assinou o protocolo de Dubai pelo controle da internet, acompanhando a China, a Rússia, e outras nações autoritárias. As grandes nações democráticas e civilizadas do mundo não assinaram. Então hoje pensando nos dissidentes do PT, eu criei a seguinte frase: “Hoje saí pra me procurar, pois acho que me deixei em algum lugar”.  
 

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De volta ao passado

10/01/2013 13:23

 

 

 

 

 

 

Hoje, apenas hoje, decidi viver como no século XX de onde eu vim. Acordei cedo e tomei uma ducha fria, li o jornal de papel e me livrei de celular e do computador. Usei até agora apenas o telefone fixo; tomei café com leite, pão com manteiga e um ovo frito mau passado, e fui até a padaria próxima a pé comprar pão novo. Troquei de roupa e sai a pé, peguei o ônibus até o trabalho que ainda é no Centro, como era também a pensão que morei quando era estudante desde antanho. No comércio comprei minha folhinha de papel e passei no final da manhã no Bar do Chope,  tomei um chope geladinho acompanhado de ovo cozido, como fazia nos tempos de estudante. Vi rostos daquele tempo ainda circulando pelas cercanias; vi uma vendedora antiga que a conheci no seu primeiro emprego no Comércio; passei em frente ao antigo cinema São Luiz onde assistira “A dama do lotação” nos áureos tempos de Sônia Braga, e diante do Café Central onde costumava tomar um leite gelado e maltado muito bem feito lá; passei em frente a LOBRÁZ onde as vezes a tarde fazia lanche dando um tempinho paquerando em sua maravilhosa lanchonete cheia de moças interessantes. E na  Danúbio, que  era outro lugar em que a mulherada de Maceió gostava de ir a tarde. Enfim, circulei como estivesse naquele tempo, revivendo a atmosfera do lugar. Agora vou pegar um taxi na praça dos Palmares e vou pra casa almoçar feijão, arroz e bife, com um ponche de maracujá, e de sobremesa um doce de banana em rodelas que parece também coisa antiga. Em seguida vou tirar uma cesta ouvindo rádio am como fazia outrora, depois vou acordar mornado e mole, e voltar de ônibus ao comércio outra vez. Entrarei num banco pra pagar um documento, irei no velho Edf. Brêda onde me consultava com os bons médicos antigos, e visitarei também um velho amigo advogado que provavelmente me chamará pra tomar um cafezinho de final da tarde, em algum lugar, tipo, o antigo Café Central de tantas histórias. E aí conversaremos sobre o nosso tempo, de coisas passadas do século XX. E ao cair da tarde, certamente irei a passos lentos outra vez em direção a Praça dos Plamares, cortando por dentro da rua Pontes de Miranda, onde darei uma sacada na Barão de Penedo, onde ficava o antigo Hotel Califórnia com seu inequecível  restaurante e american bar. Então,  entrarei no taxi de volta pra casa, e verei o entardecer no mar da Avenida da Paz com seu Cais e seus navios, numa paisagem bem antiga. Mais tarde reservarei um tempo para estar a sós com meu livro preferido; e seguirei buscando viver a noite como era no século XX.

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Contradições de nosso turismo

03/01/2013 12:48

 

A indústria do turismo hoje é a atividade econômica que arregimenta os maiores dividendos do mundo. Nunca se viajou tanto como nestes dias em que vivemos, e nunca se investiu tanto neste mesmo sentido. O Estado de Alagoas à nível de Nordeste saiu na frente na divulgação de seu potencial, depois dos estados do Ceará e da Bahia. Posteriormente vieram outros como, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, e o Rio Grande do Norte. Este último, por exemplo, mesmo chegando retardado, tornou-se um dos grandes, se não o maior e melhor destino turístico do Nordeste. Leve-se em consideração que o povo do Rio Grande do Norte não tem a hospitalidade dos caetés, porém, no quesito organização e estratégia eles nos detonaram. Entretanto, o potencial paradisíaco de Alagoas é tão grande que o turista mantém uma relação de visitas razoavelmente boa a nossa terra, por conta também de que ainda não conseguimos destruir tudo. A nossa hospitalidade é um grande diferencial. Muita gente nos últimos anos tem optado por vir morar em alagoas, precisamente em Maceió. Já não temos aquele passado desconhecido; nota-se isso já quando chegamos no aeroporto de São Paulo, por exemplo. Dizer que é de Maceió lá fora hoje é chique, ou melhor, é um bom cartão de apresentação, o que não era no passado quando ainda éramos bastantes desconhecidos. Ser querido pelos paulistas também foi um grande cartão de apresentação para Alagoas, visto que São Paulo é o mais rico estado da federação. Mas toda essa gente que vem para Alagoas passear, se instalar ou morar, vem por paixão por nosso sol e mar, e pela nossa hospitalidade e barriga cheia. Sim, nós alagoanos somos barriga cheia, como todo nordestino. Mas no passado, antes do início de nosso caminho turístico, a imagem do Nordeste era a de ralé da republica, o que tem mudado em virtude do turismo. Muitas de nossas  mazelas ainda continuam, como a sêca, por exemplo. Mas o sertão também tem um potencial turístico que poderá um dia ser explorado também com um abastecimento de água condigno. Com a abertura do turismo tudo foi aos poucos modificando, e cada vez mais se modificará. Porque, além de tudo, a cultura do Brasil está aqui no Nordeste.

 O que sempre me preocupou com a depredação e especulação imobiliária, foi no que diz respeito aos nossos recantos. Alagoas é terra de muitos recantos paradisíacos, e esses lugares precisam ser preservados, pois é uma característica nossa. Muitos já foram invadidos de forma brutal.  Tirar a paisagem rústica para a moderna é uma borrice, pois aí é onde está o segredo do atrativo de nossa terra. Nosso charme está no rústico, aliás, não só o charme, mas todo o contexto está numa arquitetura rústica e numa paisagem natural. Industrializar é preciso, claro, é bom para o povo da terra, mas temos que preservar nossos recantos com uma política de tombamento. Evitar construções as margens da costa dourada é uma forma de preservar a paisagem verde. Porque se for assim, tudo vai ficando muito urbano e sem graça. O trecho Maceió Barra de São Miguel passando pelo Francês, por exemplo, deveria a séculos ter sido tudo tombado às margens da rodovia, para não se ter perdido a paisagem paradisíaca que ainda é bela por ali. Construir resort é bom, não resta dúvida, mas nosso perfil nesse setor são de pousadas e pequenos hotéis de arquitetura e decoração rústica. Deixemos essa coisa da Miami Beach para Maceió, pois já foi quase que totalmente destruída na sua arquitetura dos anos vinte e do século XIX. E vamos procurar preservar nossos recantos e praias naturais dos nossos interiores. Acho que a coisa vai por aí. 
 

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Primeira Edição © 2011