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Greve dos caminhoneiros: 1 ano depois

07/05/2019 15:44

Neste mês de maio completa-se um ano da greve geral dos transportadores que paralisou o País. Não há nada a comemorar, mas é imperioso extrair as lições desse episódio. A greve não trouxe ganhos nem avanços para ninguém, nem para os caminhoneiros, nem para a sociedade, nem para o governo. Milhares de empresas quebraram, outras milhares tiveram pesados prejuízos, comunidades inteiras ficaram desabastecidas, hospitais e pacientes viveram situação de risco.

Ao fim do primeiro semestre de 2018, o mercado do transporte rodoviário andava desajustado: o estímulo que a Administração anterior havia dado à aquisição de caminhões novos criou um ambiente de mais oferta que demanda. O cenário piorou com a desastrada política de administração de preços da Petrobras que eliminou as margens e inviabilizou a operação do transporte rodoviário, especialmente dos transportadores autônomos e das pequenas empresas. Essa situação aliada à dificuldade do governo em compreender a extensão e a gravidade do problema gerou as variáveis imprevisíveis de uma tempestade perfeita. Alais, é curioso como não entrou no radar do serviço de informações estratégicas do governo a perigosa dimensão que tomava a ameaça de greve e, por fim, a paralisação.

Aqueles longos e tenebrosos dez dias de 21 a 30 de maio de 2018 estiveram a poucos passos da quebrar a espinha dorsal da economia brasileira. A asfixia do processo de abastecimento das cidades com alimentos, medicamentos, combustíveis e milhares de insumos e itens de consumo deixou milhões de pessoas em pânico. De outro lado, a impossibilidade de retirar das áreas rurais a produção de leite, frutas, hortigranjeiros, grãos e animais para abate, bem como de levar aos estabelecimentos rurais rações para plantéis de aves, suínos e bovinos gerou uma assombrosa perda de riqueza animal e vegetal. Milhões de litros de leite tornaram-se imprestáveis e foram descartados, enquanto milhões de animais pereceram pela inanição.   

A sufocação das atividades laborais e produtivas reduziu o movimento econômico, diminuiu a arrecadação tributária e aumentou o desemprego. Além disso, fomentou a inflação pelo encarecimento geral de mercadorias e produtos que escassearam temporariamente. Um dos caminhos adotados nas negociações para por fim à greve foi a criação da tabela de fretes. Esse subproduto da greve, como era de se esperar, não foi digerido pelo mercado. A história já mostrou que nenhum tabelamento dá certo em uma economia de livre mercado. O Supremo Tribunal Federal decidirá nas próximas semanas sobre a sua constitucionalidade.

Uma nova paralisação seria profundamente deletéria ao Brasil. Para evitá-la é necessária uma interlocução eficiente das categorias dos transportadores (autônomos, empresas, cooperativas) com o Governo e com a sociedade. Sensatez e disposição para o diálogo são o que se exige de todas as partes. O País tem problemas graves para enfrentar, a começar pelas deficiências infraestruturais em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos e armazéns, além das dificuldades para o suprimento de energia elétrica em muitas regiões brasileiras.

O transporte rodoviário é vital para o pleno funcionamento da economia verde-amarela. A histórica opção pelo rodoviarismo – em detrimento aos demais modais de transporte – colocou o País na dependência das rodovias e, justamente estas, estão em péssimo estado de conservação em quase todas as regiões brasileiras. Essa condição encarece o transporte e eleva o número de acidentes com imensos danos humanos e materiais.

O agronegócio espera que o bom-senso e os superiores interesses da Nação predominem e que, através do diálogo, sejam construídas as soluções para as demandas do segmento do transporte em sintonia com os desejos e necessidades nacionais.

Foto 06 – Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)

MARCOS A. BEDIN

Registro de jornalista profissional MTE SC-00085-JP

Matrícula SJPSC 0172

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Obra parada, desperdício certo

18/04/2019 18:33

A falta de recursos financeiros para investimento em empreendimentos tem dominado o panorama do setor público brasileiro. A situação ainda é mais grave pelo grande número de obras paradas em todas as regiões brasileiras. Em 2018, os investimentos em infraestrutura alcançaram 1,67% do PIB (Produto Interno Bruto), quando o recomendável gira em torno de 4% do PIB.

O país precisa avançar com os projetos estratégicos oferecendo as condições necessárias para o setor privado investir com segurança. Caso contrário, corremos o risco de continuar vendo quase 14 mil obras paradas, segundo um levantamento do TCU (Tribunal de Contas da União). Por meio das privatizações das estatais, concessões e as parcerias público-privadas, temos condições de retomar os empreendimentos de infraestrutura, além de garantir economia para o Tesouro Nacional.

O próximo passo é preparar um planejamento vigoroso para o país, com princípio técnico robusto. Ele deve ser um instrumento essencial para os governos e com a possibilidade de revisão e atualização periódicas. O planejamento é uma ferramenta fundamental para a administração pública brasileira sistematizar suas políticas e ações para a expansão e operação da infraestrutura nacional.

Ainda hoje nos deparamos com dirigentes pouco afeitos a um planejamento de longo prazo, que adotam decisões de afogadilho, com prazos irreais, muitas vezes vinculados a um cronograma eleitoral, utilizando processos de contratação que impossibilitam a aquisição de projetos básicos e executivos de engenharia que permitam uma caracterização adequada do empreendimento a ser construído. Os governantes precisam refletir sobre a lógica a ser seguida: planejar, projetar e executar.

Quando o governo planeja e contrata de forma correta, contribui para reduzir o desperdício de dinheiro público. Mas um projeto pode ser mal contratado com base apenas no menor preço ou com disponibilização de prazos inexequíveis. O princípio da boa contratação leva em consideração que a qualidade dos projetos básicos e executivos de engenharia são a base para empreendimentos bem executados e operacionalmente eficientes.

Estamos em um momento para traçar novos rumos na nossa história. Essa é a oportunidade para o país avançar pelo caminho certo e investir corretamente em empreendimentos que permitam o desenvolvimento econômico e social da nossa população.

(*) Russell Rudolf Ludwig é engenheiro e vice-presidente de Administração e Finanças do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva).

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Andropausa: entenda o que é e como afeta a vida sexual masculina

03/04/2019 17:18

Ainda mal interpretada popularmente, a andropausa é uma circunstância comum entre homens no processo de envelhecimento – de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, a condição atinge de 15 a 20% dos homens acima de 50 anos. Em termos práticos, é o momento no qual ocorre queda drástica dos níveis de testosterona, o hormônio sexual masculino. Diferente do que acontece entre mulheres na menopausa, trata-se de um processo mais lento e silencioso, no qual pode haver mudança de humor, queda na libido, perda de energia e habilidades físicas.

Dr. Emilio Sebe Filho, urologista e fundador da Lifemen, rede de clínicas que reúne serviços especializados na área de saúde sexual masculina, explica que os níveis de testosterona diminuem gradualmente em homens a partir de 40 anos – estima-se que entre 1% e 3% a cada ano. “Por isso, é importante criar uma rotina de exames e acompanhamento médico, para ter certeza de que a queda não é acentuada”, pontua.

Os níveis adequados de testosterona variam entre 241 e 827 nanogramas por decilitro de sangue. De acordo com o especialista, homens que estão com níveis 50% abaixo do ideal podem experimentar, entre outros sintomas, diminuição da libido, ejaculação retardada, diminuição do número de ereções e até mesmo disfunção erétil - dificuldade em alcançar e manter a ereção do pênis para garantir uma penetração satisfatória. “Isso acontece porque além de ativar o desejo sexual, a testosterona é responsável por estimular as reações químicas necessárias para que ocorra uma ereção. Com níveis muito baixos, toda a dinâmica do corpo se altera”, pontua o especialista.

Existem algumas abordagens para quem está disposto a mudar a rotina para controlar o problema, como manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos, ter uma boa noite de sono, evitar consumo de cigarro e álcool. Dr. Emilio acrescenta, ainda, que um tratamento de reposição hormonal deve ser feito apenas com indicação e acompanhamento médico.

Sobre a Lifemen®

Fundada pelo Dr. Emilio Sebe Filho, a Lifemen® é uma rede de clínicas que reúne serviços especializados na área de saúde sexual masculina. Há 10 anos no mercado, possui nove unidades nas cidades de São Paulo, Guarulhos, Santo André, Campinas, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro e Brasília, e cerca de 120 colaboradores. Com um serviço personalizado para cada paciente, a Lifemen® conta com profissionais e tratamentos de alta qualidade, além da garantia de sigilo e privacidade.

https://www.lifemen.com.br

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Castigo divino

01/04/2019 10:25

Principal representante do Barroco na França, Nicolas Poussin (1594 - 1665) realizou a sua trajetória profissional muito mais na Itália. Seus principais temas foram bíblicos e mitológicos, pintado para um seleto grupo de colecionadores, excetuando um breve período em que atuou como pintor oficial do rei Luis XIII e do Cardeal Richelieu.

Suas composições organizadas e cores marcantes o tornaram uma referência para artistas posteriores, como Jacques-Louis David, Jean-Auguste-Dominique Ingres e Paul Cézanne. ‘Os filisteus atingidos pela peste’ é uma obra bastante conhecida do pintor francês. Também conhecida como ‘O milagre da Arca’ contribuiu para a sua fama.

O episódio retratado está no Antigo Testamento. Deus castiga os filisteus com uma peste por eles terem roubado a Arca da Aliança dos judeus. A inspiração visual, ao que se sabe, está na descrição de uma epidemia ocorrida em Milão em 1630 e descrita pelo escritor Alessandro Manzoni.

O cenário é de edifícios clássicos, com arcadas e escadarias. Os gestos dos personagens são teatrais e mostram as emoções perante a peste. A mãe moribunda com o filho próximo, tema muito presente neste tipo de pintura, está em destaque na composição. A mensagem é clara: aqueles que ousam enfrentar Deus são duramente castigados.

Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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30 de Março Dia Mundial da Juventude

29/03/2019 18:14

Trinta de março – Dia Mundial da Juventude – é data que merece lembrança e debate nas escolas, nas igrejas, nos sindicatos, nos meios de comunicação.

         A primeira dificuldade, na abordagem deste tema, é definir o que é juventude.

         Victor Hugo disse que quarenta anos é velhice para a juventude, enquanto cinquenta anos é juventude para a velhice.

         Deixo a questão cronológica em aberto.

Importante papel na vida da Igreja e na vida do país foi exercido pela JEC (Juventude Estudantil Católica), pela JOC (Juventude Oparária Católica) e pela JUC (Juventude Universitária Católica), reconhecidas nacionalmente pela hierarquia eclesiástica, em julho de 1950, como integrando a Ação Católica Brasileira (ACB), com a missão de difundir os ensinamentos e a doutrina da Igreja junto aos estudantes e aos trabalhadores.

     A organização em nível nacional da JEC, da JOC e da JUC só se tornou possível após as reformulações sofridas pela ACB a partir de 1942, ano do falecimento de seu criador, o cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra.

     No ano de 1950, a ACB modificou seus critérios de organização do laicato, adotando o modelo belga e francês, que reduzia a importância das dioceses e valorizava a formação, em nível nacional, de grupos ligados aos diversos meios sociais.

    No decorrer da década de 1950, o objetivo básico dos ramos estudantis da ACB — a JEC e a JUC — foi a difusão da doutrina da Igreja no meio escolar e universitário.

    No início da década de 1960, as duas organizações desenvolveram uma formulação ideológica bastante definida.

     Acreditando na necessidade de mudanças estruturais na sociedade, as duas entidades procuraram ter uma participação mais ativa. Decidiram vincular-se ao Movimento de Educação de Base (MEB).

   Vários membros da hierarquia eclesiástica opuseram-se ao novo caráter da JEC e da JUC, sob o argumento de que a Ação Católica Brasileira devia ter missão basicamente espiritual.

   Após o golpe de março de 1964, os membros da JEC e da JUC foram perseguidos pela repressão.

   A ACB desapareceu em 1966.

   No final de 1966, adotando posição idêntica à da JUC, a JEC desligou-se da hierarquia eclesiástica e recomendou que seus militantes prosseguissem individualmente sua missão.

   A JEC e a JUC tiveram expressiva presença no Brasil.

   Líderes de relevo receberam o batismo de fogo da JUC.

   O Departamento de História das universidades prestará um grande serviço à memória nacional se resgatar esse recorte de nosso passado.

 

Por João Baptista Herkenhoff 

Juiz de Direito aposentado (ES), palestrante e escritor

E-mail: jbpherkenhoff@gmail.com

 Homepage – www.palestrantededireito.com.br

 

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Primeira Edição © 2011