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19 de Novembro Dia da Bandeira

18/11/2021 19:24

Jornalista Cesar Calejon analisa a interseção da pandemia da Covid-19 com o fenômeno político de extrema-direita em novo livro, "Tempestade Perfeita"

A interseção do bolsonarismo com a pandemia da Covid-19 criou uma sindemia no Brasil entre os anos de 2020 e 2021. Esse fenômeno e suas consequências nefastas para o país são analisados pelo jornalista Cesar Calejon no livro Tempestade Perfeita: o bolsonarismo e a sindemia Covid-19 no Brasil, publicado pela Editora Contracorrente.  

A obra evidencia como a combinação destes dois eventos sociais e a instabilidade política levaram a múltiplos planos de crise institucional: dentro do próprio governo federal; entre os níveis federativos; com os demais poderes da República (Judiciário e Legislativo) e junto à sociedade internacional. Este cenário, segundo o autor, foi o responsável pelo agravamento do que se tornou uma sindemia no país.

O jornalista aponta como vetores centrais o simbolismo presidencial, a ausência do federalismo cooperativo, a má gestão do Ministério da Saúde do Brasil e a subdiagnosticação-subnotificação de casos . Este último, devido aos baixíssimos níveis de testes que foram realizados na população, à morosidade do governo federal em adquirir os reagentes para viabilizar o processo em ampla escala e à politização que o bolsonarismo imprimiu ao tema.

O resultado foi a formação da tempestade perfeita para o Brasil. Um cenário de incertezas, colapso sanitário e social, descrédito internacional, falta de harmonia institucional, insegurança pública, destruição do meio-ambiente e recessão econômica poucas vezes – ou talvez jamais – verificados na história da Nova República, justamente durante a maior pandemia dos últimos cem anos. (Tempestade Perfeita, p. 26)

Para a pesquisa, Cesar Calejon conduziu, entre março de 2020 e junho de 2021, dezenas de entrevistas multidisciplinares com doutores nas principais áreas do conhecimento, além de pesquisadores, enfermeiros e jornalistas. Conta, ainda, com a participação de algumas das figuras mais proeminentes da política nacional, que avaliam a atuação do governo Bolsonaro frente à pandemia.

“Calejon oferece aos democratas brasileiros um eloquente catálogo de razões para lutar contra o bolsonarismo em nome da democracia e da vida", diz o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, um dos intelectuais que endossam Tempestade Perfeita. A obra finaliza as análises com a defesa de que Jair Bolsonaro seja responsabilizado juridicamente pelos crimes cometidos no país ou, se preciso for, pelas cortes internacionais.

Ficha técnica
Livro: Tempestade Perfeita: o bolsonarismo e a sindemia Covid-19 no Brasil
Autor: Cesar Calejon 
Editora: Contracorrente
Preço: R$ 75,00        
ISBN: 978-6588470787   
Formato: 23x16 cm
Páginas: 320
Links de compra: Amazon e Editora 

Sinopse: No Brasil, a crise causada pela covid-19 combinou-se com o bolsonarismo e a instabilidade política preexistente, ganhando novos contornos. Apesar de ser uma questão social extremamente ampla e complexa, os vetores centrais do agravamento do que se tornou uma sindemia no país entre 2020 e 2021 foram o simbolismo presidencial, a ausência do federalismo cooperativo, a má gestão do Ministério da Saúde do Brasil e a subdiagnosticação-subnotificação de casos. Na presente obra, o autor nos presenteia com uma análise cuidadosa e detalhada sobre esses temas, constituindo uma ferramenta decisiva de combate ao bolsonarismo e suas consequências nefastas ao nosso país.

Sobre o autor: Cesar Calejon é jornalista e escritor com especialização em Relações Internacionais pela FGV e mestrando em Mudança Social e Participação Política pela USP. Autor também do livro A Ascensão do bolsonarismo no Brasil do Século XXI (Kotter).

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"Aprimorar a regulamentação dos serviços de call center é mais do que necessário"

12/11/2021 11:40

Nunca houve tanta discussão em torno da regulamentação dos serviços de call center no país. No momento, tramitam na Câmara dos Deputados pelo menos seis projetos de lei sobre o tema; no Senado, há ao menos quatro. A chegada da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é uma das explicações para essa preocupação, já que o tratamento dos dados dos usuários é atividade intrínseca às empresas desse segmento.

O engenheiro eletrônico Ruy Rede, CEO da Beelegal (lawtech de soluções em segurança de dados) - e que já ocupou o cargo de Chief Compliance Officer em empresas de call center - defende o aprimoramento urgente da regulamentação para, entre outras coisas, proteger os dados dos cidadãos e zelar pela integridade das empresas.

Por que é tão importante aprimorar a regulamentação das empresas de call center?

Ruy Rede: O aprimoramento da regulamentação é mais do que necessário. Com a vigência da Lei Geral de Proteção de Dados e o início das sanções, as empresas podem estar correndo risco de serem autuadas - e é imprescindível acelerar a jornada de adequação à lei. Isso deve começar pela conscientização dos funcionários - já que esta é uma área que envolve grande quantidade de pessoas - e passar pelo mapeamento de dados (recebidos de contratantes, informações pessoais dos funcionários etc.) para fazer uma análise das lacunas existentes e implantar planos de ação para diminuir o impacto de vazamentos, entre outros riscos. O aprimoramento precisa ocorrer para diminuir o risco para as empresas e também para as pessoas físicas envolvidas neste processo.

Do ponto de vista da tecnologia, que evoluiu muito, há a necessidade de aumentar a segurança física e lógica para impedir a atuação de hackers; evitar o vazamento de dados; e monitorar as ações dos funcionários de forma automática. Em função do volume de dados envolvidos, há a necessidade de utilizar boots: as ações não têm interferência humana, mitigando riscos, permitindo o rastreamento dos dados e acelerando a execução. A pergunta que fica é: como regulamentar a utilização de robôs.

Do ponto de vista de processos e políticas, as empresas têm evoluído muito nos últimos anos. Temas como compliance e LGPD passaram a ser corriqueiros e discutidos em todos os níveis hierárquicos. Aqui a regulamentação é mais fácil, pois são mais visíveis e demonstram as intenções e procedimentos da empresa

Quais mudanças em serviços de telemarketing julga serem mais urgentes?

Ruy Rede: Depende muito da área de atuação de cada call center. No caso dos call centers de venda (outbound), há ações mais restritivas e com possibilidade de denúncias aos órgãos de defesa do consumidor e solicitações de bloqueio do chamador - embora as tecnologias atuais consigam trocar o número que está discando. Neste caso, houve uma evolução significativa nos últimos anos e acredito que as mudanças têm uma dimensão menor.

Já nos call centers de cobrança, onde há o Legítimo Interesse - tópico contemplado na LGPD -, existe a necessidade de criar mecanismos legais para as ações de enriquecimento de bases de dados, porque, até pouco tempo atrás, era possível adquirir ou comprar serviços nos quais trafegavam dados pessoais de pessoas físicas entre empresas, mesmo sem a autorização do titular dos dados. Outro ponto importante é definir os limites de atuação na cobrança, mesmo este sendo um direito da empresa, além de ser o core business .

Nos call centers que recebem chamadas (inbound), há a diferenciação entre os que tratam de dados pessoais - incluindo os de cartão de crédito e de atendimento dos bancos - e os que são de fornecimento de informações ou esclarecimento de dúvidas. No primeiro caso, as empresas que atuam nesta área já criaram suas próprias regras, dado o risco inerente ao processo. No segundo caso, a maioria dos atendimentos transmite dados - ou seja, a necessidade de mudança na regulamentação é muito pequena, desde que a empresa tenha um monitoramento efetivo de desvio de conduta.

As empresas do setor seguem regras próprias, por meio do Programa Brasileiro de Autorregulamentação do Setor de Relacionamento (Probare). Quais deveriam ser as sanções? Quem deveria fiscalizar?

Ruy Rede: Por existir a autorregulamentação, cumprir o acordado é o mínimo que estas empresas precisam fazer. Não cumprir gera a necessidade de um reforço na regulamentação e a realização de auditorias com respectivas penalidades para o que chamamos de não-conforme. Tanto em um caso quanto em outro, a fiscalização deve ser feita por um ente externo, ou seja, quem fiscaliza não pode fazer parte do grupo fiscalizado e deve ter independência suficiente para tal.

 

Fonte:
Ruy Rede, CEO da Beelegal, engenheiro eletrônico, pós-graduado em Marketing com diversos cursos de extensão (Banking, planejamento estratégico, mercado de capitais, diretrizes estratégicas de tecnologia entre outros). Mais de 30 anos de experiência profissional em cargos diretivos de empresas nacionais e multinacionais. Foi professor na Fundação Getúlio Vargas (GVPEC)

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09 de novembro dia Nacional do Médico Radiologista

08/11/2021 19:17

Parabéns Dr. Segismundo Wanderley Neto, e a todos profissionais, sucesso a cada dia!

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Censura

04/11/2021 11:18

Milhões de cidadãos se sentem frustrados e impotentes. O produto natural é uma indignação que flui para as redes sociais, seu único espaço de expressão. Ali, ninguém é poupado. Os que patrulham a retórica alheia só leem e só veem ódio, fake news e articulações antidemocráticas quando as críticas se voltam ao Supremo.

         Durante votos que pareceram discursos na sessão do TSE que julgou a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, as redes sociais ganharam evidência. A palavra censura só não foi pronunciada porque tem carga negativa, mas ela esteve ali, suspensa como lâmina de guilhotina justiceira. Disseminar ódio tem sido acusação frequente contra as redes sociais. Muitos comunicadores já foram calados; outros calaram-se.

         É tênue a linha que separa a indignação do ódio. A indignação expressa inconformidade e impotência; é o sentimento dos injustiçados. Nos espaços próprios da cidadania e nos devidos limites, costuma significar dignidade ofendida, ou repulsa. Não deve descambar para o ódio porque este afeta o discernimento e pode conduzir a ações condenáveis. Mas se tem revelado conveniente confundir os dois sentimentos, chamando de ódio o que é pura indignação manifestada com emoção que a expresse.

         O debate político, os desabafos dessa natureza nas redes sociais, não são do tipo acadêmico, dialéticos, como pareceu ser o desejo do ministro Roberto Barroso. Ao contrário, são manifestações que se parecem mais tensas, como ocorre nos parlamentos, por exemplo.

         Por outro lado, ao longo de décadas, testemunhei e denunciei o ódio (neste caso, sim), expresso em violência e chamando à violência, como nas invasões do MST, nas vidraças quebradas e nos ônibus e catracas incendiados pelos que querem tarifa zero no transporte público, nas ações do exército do senhor Stédile, nas forças do senhor Vagner Freitas (CUT), nos black blocs e nos Antifas, que em sua primeira aparição na Av. Paulista já entraram numa fumaceira, queimando contêineres de lixo.

         “Não há mais tempo para conversa e bons modos. (...) O que estamos esperando para cruzar o rio?” (Roberto Requião, na Fundação Perseu Abramo, 2009). “Na minha Bíblia está escrito que sem derramamento de sangue não haverá redenção” (Benedita da Silva, no mesmo evento).

         Recuando no tempo, o Fórum Social Mundial transbordou amor à humanidade, mas os mais veementes aplausos, em verdadeira euforia, tomavam conta do auditório quando a revolução entrava na pauta com a presença de veteranos revolucionários das FARC, de Cuba, da Argélia, da Argentina e a cada menção a Che Guevara. Foram décadas de ódio e de apreço e compadrio com regimes odiosos.

         Não se zela pela democracia atacando sua essência, a liberdade de opinião.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

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Dia da Poupança: aprenda a poupar, investir e realizar

29/10/2021 23:24

Por mais que, para maioria das pessoas, no dia 31 de outubro se comemore o "Halloween" ou Dia do Saci, existe outra data muito importante comemorada nessa data, que nos leva a importantes reflexões o Dia Mundial da Poupança, e é sobre ela que o brasileiro deveria ter maior foco no momento de crise vivido.
 

O objetivo da data, claro, é incentivar as pessoas a pouparem mais, o que é algo ótimo e válido, já que muitas são as pessoas que não possuem esse hábito, e pior, que se encontram endividadas ou até inadimplentes. A falta de educação financeira é um fato inegável e que merece toda a atenção, especialmente em tempos difíceis, como o que estamos passando.
 

Mas poupar por poupar é a saída para todos os problemas? Com certeza não. Criar o costume de guardar parte do dinheiro que recebe é muito bom e traz benefícios em todos os aspectos, mas não é apenas isso que conta; é preciso ter atenção especial ao que se faz com esse valor, ou seja, quais as metas que se quer atingir com isso.
 

Sim, o dinheiro precisa estar "carimbado", já ter um propósito bem definido e planejado, caso contrário, ele será alvo fácil de gastos impulsivos e supérfluos.
 

Então, como proceder?
 

Simples. Primeiro é preciso se educar financeiramente e tomar consciência de tudo o que descrevi nesse texto até o momento. A partir daí, começar a estabelecer quais são esses sonhos que precisam de dinheiro para serem realizados. É hora de pesquisar todos eles, saber quanto custam e quais os melhores preços e condições e quanto conseguirá guardar mensalmente para cada um deles.
 

Feito isso, separe-os em curto (até um ano), médio (de um a dez anos) e longo prazos (acima de dez anos). Isso porque é só com essa informação que conseguirá dar um passo importante: se tornar um investidor. Era nesse ponto que eu queria chegar; o Dia Mundial da Poupança pode - e deve - representar mais do que apenas a ideia de poupar. Vamos fazer dessa data um marco de mudança de comportamento da vida financeira. Ninguém nunca mais voltará a ser o que era antes.
 

Mas onde investir?
 

Bom, nesse momento, estamos em um estágio avançado, em que a tarefa é obter mais conhecimento sobre o universo dos investimentos.
 

Quando estiver pronto para aplicar, procure atrelar ao tipo de sonho (curto, médio e longo prazo) e ao seu perfil: conservador (sem riscos; aplicação estável), moderado (riscos somente em uma pequena parte do investimento) e arrojado (mais riscos, porém mais retorno na aplicação).
 

Se os objetivos forem de curto prazo, a caderneta de poupança e alguns títulos do tesouro direto são ótimas opções. Para os de até 10 anos, aconselho fazer uma previdência privada, títulos do tesouro (também) ou aplicar nos fundos de renda fixa ou variável. A vantagem, nesse caso, é que quanto maior o prazo de investimento, menor o imposto cobrado. Há também CDB, títulos do tesouro direto, ouro, entre outros, porém, esses requerem ajuda de especialistas.
 

Já aos investimentos de longo prazo, oriento fazer previdência privada ou comprar ações na Bolsa de Valores ou títulos do Tesouro Direto (novamente). Vale a pena procurar saber sobre cada um e ver o que a educação financeira pode fazer para que o dinheiro trabalhe a seu favor.
 

Reinaldo Domingos está a frente do canal Dinheiro à Vista . É PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira . Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira .

 

Jornalistas:
Paulo Fabrício Ucelli

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Primeira Edição © 2011